quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Formação de fósseis e sua utilidade



    A Ciência que estuda os fósseis é a Paleontologia [nome que deriva do grego palaios (antigo)+ontos (ser)+logos (tratado)]. Esta ciência estuda os organismos que viveram no passado da Terra sob todos os aspectos. Procura especialmente conhecer as relações entre os seres vivos, entre estes e o meio ambiente, e a sua ordem no tempo.

Os fósseis, o objecto de estudo da Paleontologia, (do latim fossilis) são deste modo os restos materiais de antigos seres vivos ou as manifestações da sua actividade (ovos, sementes, esporos, pólens, etc) que ficaram mais ou menos bem conservados nas rochas ou em outros fósseis. Entendendo-se por restos materiais, as evidências de partes do organismo como ossos, dentes, troncos, chifres, ou o corpo inteiro em casos excepcionais.

Para que se forme um fóssil é necessário que as evidências sofram uma série de transformações químicas e físicas ao longo de um período de tempo. Assim, só se consideram fósseis os vestígios orgânicos com mais de 13.000 anos.

   De um modo geral, os organismos são completamente destruídos após a morte e num determinado espaço de tempo, processo este que se designa por decomposição.Estes são decompostos pela acção combinada de: organismos decompositores (geralmente microorganismos); agentes físicos (alterações de pressão e temperatura) e agentes químicos (dissoluções, oxidações, entre outros).

Por vezes, os restos orgânicos ficam rapidamente envolvidos num material protector que os preserva do contacto com a atmosfera, da água do mar e da acção dos decompositores.
Este processo é raro (acontece em menos de 1% das situações), complexo e geralmente só as partes duras (troncos, conchas, carapaças, ossos e dentes) fossilizam.
Na fossilização os compostos orgânicos que constituem o organismo morto são substituídos por outros mais estáveis nas novas condições. Estes podem ser calcite, sílica, pirite, carbono, entre outros.


      De acordo com as condições do ser vivo e do meio, podem ocorrer diversos tipos de fossilização. Podem-se dividir estes processos em três grupos:

Moldagem - as partes duras dos organismos acabam por desaparecer deixando nas rochas as suas marcas (impressões).



Figura 1 - Modelagem de um fóssil de trilobite.

Mineralização - os materiais originais que compõem o ser vivo são substituídos por outros mais estáveis.


Figura 2 - Exemplo de um fóssil mineralizado.

Conservação - o material original do ser vivo conserva-se parcial ou totalmente nas rochas ou em outros materiais.



                                Figura 3 - Conservação de fóssil.

Em alguns casos excepcionais conservam-se organismos completos. Estas situações ocorrem quando os seres ficam incluídos em materiais que os preservam do contacto com o ambiente (em especial dos microorganismos). São exemplos destes materiais a resina (âmbar) e o gelo (neve).

Os fósseis que se encontram mais facilmente, quer pela sua abundância, quer pela sua dimensão, correspondem geralmente a animais com esqueleto, sem vértebras e visíveis a olho nu - os macroinvertebrados, como por exemplo os branquiópodes, os corais, os bivalves, os
Gastrópodes, os amonóides, entre outros).


                           Figura 4 - Modelo interno de um gastrópode.

Para além de constituírem peças de colecção de rara beleza, os fósseis têm múltiplas aplicações na ciência moderna. São evidências materiais de organismos do passado distintos dos actuais, permitindo conhecer como têm evoluído as espécies até chegarem às formas recentes, incluindo o Homem - Paleontologia Evolutiva.
Uma vez que alguns organismos apenas sobrevivem em condições climáticas muito restritas, estes constituem bons indicadores de climas do passado, sendo estudados pela Paleoclimatologia.
Da mesma forma há organismos adaptados a ambientes muito restritos. Por exemplo, na actualidade os gastrópodes que se encontram em meio marinho são diferentes dos encontrados em meio lacustre ou terrestre. Estes organismos dão-nos informações acerca do ambiente em que viveram - Paleoambiente - sendo considerados fósseis de ambiente ou fósseis de fácies.
Os fósseis também podem ser úteis nos estudos de tectónica. O estudo de um fóssil deformado comparativamente com um original, permite-nos quantificar a deformação sofrida por uma determinada rocha.

      Por fim, a aplicação provavelmente mais importante reside na capacidade de determinação da idade das rochas que os contêm, uma vez que cada intervalo de tempo tem fósseis característicos. O estudo da idade dos estratos sedimentares a partir dos fósseis designa-se Biostratigrafia. Os fósseis que se distribuem em intervalos de tempo curtos na História da Terra tendo ampla distribuição geográfica designam-se fósseis de idade.


Bibliografia:

Desconhecido, Retrieved from:

Desconhecido, (2011), Retrieved from:



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