domingo, 17 de outubro de 2010

Estratigrafia - Introdução

A estratigrafia, vem do latim stratum e do grego graphia, e é o ramo da geologia que estuda a composição, origem, génese e organização temporal e espacial das rochas, tal como os acontecimentos e fenómenos que se relacionam com estas. Em conjunto com a Paleontologia, constitui a base da Geologia histórica. Através das características e conteúdos dos estratos podem-se reconstituir as condições em que estes foram gerados e situá-los no tempo, sendo possível deste modo reconstruir a história da Terra ao longo da largos períodos geológicos.
Nicolaus Steno, considerado o “pai da Estratigrafia” enunciou as bases da estratigrafia a partir do estudo de fósseis e da sua interpretação. Este físico da corte dinamarquesa reconheceu nos estratos um registo do tempo e a história de uma sequência de acontecimentos. Foi ele o primeiro autor a fazer uso do termo “estrato”, num contexto geológico. Este autor definiu estratos como camadas de sedimentos, depositadas a partir de fluidos numa mesma posição inicialmente horizontal, podendo, no entanto, ser posteriormente deformados.

Figura 3 - Aspecto particular de estratificação em rochas calcárias jurássicas.
 Local: Cabo Carvoeiro, Peniche

Desde esta época que a estratigrafia evoluiu bastante, e actualmente a estratigrafia de sequência é considerada o último avanço cientifico mundial.

Referências bibliográficas:
[3] - http://estpal08.blogspot.com/2008/09/estratigrafia.html

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Da formação da vida na Terra...até à escala do tempo geológico

A partir de uma nébula gasosa e de uma poeira difusa e por acreção de partículas, formaram-se, a Terra e os restantes corpos do sistema solar. Por acção de forças gravíticas surgiram corpos que progressivamente viram as suas dimensões aumentar originando o Sol e os diferentes planetas. Iniciou-se este processo de transformação há cerca de 6000 milhões de anos.
Só há 4600 milhões de anos a Terra começou a existir, como uma massa de rocha incandescente com uma atmosfera de hidrogénio. Quando esta massa atingiu uma temperatura de 5000ºC começou a arrefecer à superfície, a matéria contida e ainda fervente do planeta foi-se libertando sob a forma de vapor, criando a atmosfera. Os cometas e meteoritos assim como as contínuas erupções vulcânicas produziram a atmosfera primitiva de dióxido de carbono e de vapor de água. À medida que a temperatura descia, o vapor de água condensava-se, dando origem aos primeiros oceanos (enriquecidos em elementos químicos) que originaram os primeiros seres vivos semelhantes às cianobactérias. A quantidade de oxigénio na atmosfera produzido pela acção de microorganismos marinhos, aumentava assim cada vez mais. Desde a sua formação, que muitas têm sido as transformações que a Terra tem sofrido, têm ocorrido ciclos de formação de cadeias montanhosas seguidos de erosão das rochas e mudanças climáticas.
Houve deste modo a necessidade de criar uma tabela/escala na qual se visualizasse a subdivisão do tempo, desde as origens da Terra até à actualidade, usando fenómenos geológicos (como a deriva continental, glaciações, etc…) e biológicos (como extinções de seres vivos) para caracterizar os diferentes intervalos.
O geólogo escocês James Hutton estabeleceu a base para o desenvolvimento da escala de tempo geológico no final do século XVIII, com a publicação da sua obra intitulada Teoria da Terra(1785). Desde esta altura, que os geólogos usaram princípios de datação relativa e absoluta das rochas cruzando diversas informações geológicas como por exemplo, fósseis de vários locais do globo e desenvolvendo deste modo a escala do tempo geológico. A escala de tempo geológico está organizada em grandes hierarquias de unidade de tempo, embora não exista uma concordância entre cientistas, quanto aos nomes e limites destas mesmas categorias. Segundo Rui Pena dos Reis “O tempo geológico, que permanecia a melhor medida da história do nosso planeta, apresentava elementos enigmáticos e complexos. As velocidades desarmónicas e os intervalos silenciosos desafiavam permanentemente a curiosidade e a insatisfação dos pesquisadores”.
Conforme citação anterior, esta linha do tempo está organizada em quatro grandes categorias: eons(unidade maior), eras, períodos e épocas.
Figura 1- Escala do tempo geológico.


As grandes divisões, os Éons, encontram-se separados pelo Hadeano, o Arqueano, o Proterozóico e o Fanerozóico. Em relação às Eras  destacam-se, a era Pré-Câmbrica, a Paleozóica, a Mesozóica e Cenozóica.
A Era Pré-Câmbrica é considerada o tempo entre a formação do planeta e o aparecimento das primeiras formas de vida e não tem qualquer divisão em períodos ou épocas. A Era Paleozóica divide-se no período Câmbrico, Ordovícico, Silúrico, Devónico, Carbonífero e Pérmico. No período Câmbrico houve uma grande dominância das trilobites, mas foi no período Ordovícico que muitos organismos recifais surgiram. Os primeiros fósseis de plantas terrestres surgiram no período Silúrico, os primeiros anfíbios no Devónico, no Carbonífero houve uma abundância de insectos. A Era seguinte (Mesozóica), mais especificamente no período Triássico surgiram os primeiros dinossauros, no Jurássico as primeiras aves e mamíferos e também uma grande abundância de dinossauros. Ainda no período Cretácico apareceram as primeiras plantas com flor. Por fim, na Era Cenozóica que se divide no período Paleogénico e Neogénico surgiram os primeiros hominídeos, houve uma extinção em massa dos dinossauros e os mamíferos já existentes desenvolveram-se e tornaram-se dominantes.
Actualmente estas são as divisões da linha do tempo, mas nada garante que assim permaneçam, pois novas descobertas podem acontecer que alterem por completo a origem e evolução da vida na Terra. Aliás, Rui Pena dos Reis refere isto mesmo no seu livro O Tempo de Pedra “ A história do nosso planeta é infinitamente interessante e, em larga medida, indecifrável”.

Figura 2- Linha do Tempo geológico.


Referências Bibliográficas:
[1]-http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/geologia/10_constr_escala_tempo_geologico.htm
[3]- Pena dos Reis, Rui. O Tempo de Pedra, Setembro 2008, Imprensa da Universidade de Coimbra.