domingo, 28 de novembro de 2010

Princípios fundamentais da estratigrafia

 
A geologia histórica pode ser definida como o uso dos princípios da geologia para reconstruir e compreender a história da Terra. Em particular, centra-se nos processos geológicos que modificam a superfície e subsuperfície terrestres.
A geologia rege-se deste modo por cerca de sete princípios que permitem, por exemplo, ao observar a disposição actual de formações estabelecer a sua idade relativa e a forma como foram criadas.
·         Princípio do actualismo
·         Princípio da sobreposição
·         Princípio horizontalidade inicial
·         Princípio da continuidade lateral
·         Princípio da identidade paleontológica
·         Princípio da intersecção
·         Princípio da inclusão

Princípio do actualismo
Princípio, também conhecido como princípio das causas actuais, segundo o qual as leis que superintendem os fenómenos geológicos actuais são válidas quando aplicadas aos fenómenos que ocorreram no passado.
O princípio das causas actuais, defendido por J. Hutton e Charles Lyell no fim dos séculos XVIII e XIX, é um dos princípios em que assenta a teoria do uniformitarismo, contrária à teoria do catastrofismo. Embora seja um princípio aceite, alguns dos seus aspectos continuam por demonstrar.


Figura 1 - Aplicação do princípio do actualismo, "O presente é a chave do passado".

Princípio da sobreposição
O princípio da sobreposição foi proposto por Nicolaus Steno, em 1669, tendo por base observações realizadas sobre os materiais sedimentares do Oeste da Itália.
O princípio da sobreposição, um princípio geológico muito simples, que por si mesmo parece evidente, é o que estabelece que numa série de estratos sedimentares cuja disposição é aproximadamente horizontal, e que não sofreu alterações de posição, cada camada é mais moderna que a camada que recobre, mas mais antiga que a camada que a cobre.
Há casos em que o princípio da sobreposição não se aplica. São os casos dos terraços fluviais, das dobras deitadas, dos filões-camada ou soleiras e dos sedimentos depositados nas grutas.

Figura 2 - Esquema que mostra o princípio da sobreposição dos estratos.

Princípio da horizontalidade inicial
Princípio de cronologia relativa que estabelece que os sedimentos são sempre depositados em camadas horizontais, isto é, os sedimentos depositam-se horizontalmente à medida que vão chegando à bacia sedimentação, por efeito gravítico. Qualquer fenómeno geológico que altere a horizontalidade é sempre posterior à sedimentação.

Figura 3 - Exemplo do Princípio da horizontalidade inicial.

Princípio da continuidade lateral
O Princípio da continuidade lateral afirma que uma camada tem a mesma idade em todos os seus pontos, o que implica que os limites inferior e superior de uma camada representam superfícies isócronas. Importante por permitir correlacionar observações praticadas em locais diferentes. Isto permite datar, em colunas estratigráficas de lugares afastados, sequências de estratos idênticas (mesmo que os estratos de ambas tenham dimensões variáveis), desde que as sequências de deposição sejam semelhantes.

 
Figura 4 -  Correlação entre estratos distanciados lateralmente.



Princípio da identidade paleontológica
Um dos princípios utilizados na datação relativa dos estratos, o princípio da identidade paleontológica admite que, nos estratos, os grupos de fósseis surgem numa ordem definida, podendo reconhecer-se um determinado período de tempo geológico pelas características dos fósseis. Às camadas que possuem o mesmo conjunto de fósseis de idade pode ser atribuída a mesma idade.
Este princípio, inicialmente utilizado como um instrumento prático, foi posteriormente explicado pela Teoria da Evolução de Charles Darwin.
Figura 5 - Exemplo do princípio da identidade paleontológica.

Princípio da intersecção
O princípio da intersecção diz que qualquer estrutura que intersecte vários estratos se formou depois deles, logo, é mais recente.
Figura 6- Princípio da intersecção.
Princípio da inclusão
O princípio da inclusão refere que os fragmentos de rocha incorporados num dado estrato são mais antigos do que ele.


Figura 7 - Princípio da inclusão.


Bibliografia:
[3] - http://www.infopedia.pt/$principio-da-horizontalidade-original
[8] - http://cels-bg.blogspot.com/2010_06_01_archive.html

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